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QUERENDO CRER EM DEUS.

  • Foto do escritor: SAUDE&LIVROS Fomm
    SAUDE&LIVROS Fomm
  • 3 de jun.
  • 3 min de leitura

por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Raios de Luz
Raios de Luz

Ah... seria ótimo, maravilhoso mesmo, acreditar que existe um Deus que nos protege e nos guia. Um Deus que nos ouve, que responde às nossas preces. Um grande e generoso pai para nos acolher e abraçar naqueles momentos em que a noite invade a alma... Um Deus que nos receberá, após a nossa morte, nas portas de um Paraíso.


Mas não dá. Não dá pra acreditar que esse Deus misericordioso permaneça indiferente a tanto sofrimento que grassa sobre a Terra.


Que não faça Netanyahu compreender que o Hamas não é o povo da Palestina. Que não mostre ao Putin que a Ucrânia já não é dele há décadas. Que permita o trabalho escravo. Que permita a fome e a miséria degradante. Que tolere a imensa crueldade de alguns africanos, do Trump e dos traficantes cariocas. Que abençoe casamentos onde as mulheres viverão o inferno de espancamentos constantes por maridos que juraram, em Seu altar, as amarem e respeitarem "até que a morte os separe".


Reli, nos últimos dias, dois livros do best seller católico Morris West. Sobre papas. Em meio às maravilhosas reflexões sobre Deus e a religião, um raio de sol se insinuou por uma brecha da cortina e eu, de repente, pensei sentir a presença de Deus no meu quarto. Foi um momento, breve, de reconciliação com esse Deus cristão a quem eu quis amar, mas que a história da própria igreja e a intolerância dos dogmas católicos -- e machistas -- me impediram de fazê-lo.


Francisco foi uma grande esperança, mas de papado curto, de 2013 a 2025, e Leo XIV parece ser uma nova esperança, dada a sua história no Peru e a escolha de seu nome, que remete a um Leão XIII engajado nas primeiras lutas trabalhistas, há mais de um século passado. Posts e mais posts do novo Papa pululam nas redes sociais, mostrando que a comunicação dele é ainda mais eficiente do que a de Francisco.


Ah! Como eu queria perdoar a igreja católica por ter passado 600 anos queimando mulheres sábias nas fogueiras da inquisição! Ah, como eu queria ver a igreja colocando mulheres em igualdade com os homens! Ah, como que queria acreditar que existe um Deus, independentemente da religião em que Ele se abriga, que seja, afinal, Justo, Misericordioso, Pacífico..., Mas o que vejo são apenas demonstrações de absoluta intolerância e violência entre Evangélicos e Umbandistas e Católicos e Islamistas e tantos outros!


Nós, seres humanos, a quem foi dado viver num planeta tão lindo e esplendoroso como a Terra, temos mostrado que, a despeito das conquistas da ciência e da tecnologia, por nossa ganância, estamos destruindo a nossa própria Mãe, indiferentes ao que um planeta devastado e cruel pode proporcionar aos nossos filhos, num futuro próximo.


Somos irmãos de tudo o que está vivo na Terra. Irmãos das árvores, dos bichos, das bactérias, dos vírus. Tudo, na vida, é interligação. Mas, para a maioria de nós, tudo na vida é apenas conquista, status, bens materiais, a falsa ilusão do sucesso!


Onde está algum Deus nesse trágico cenário que vemos hoje e que vimos por toda a nossa História conhecida do Planeta?


Ele está nas artes, na literatura, na música, em tudo aquilo que a humanidade produz e produziu de Belo, de êxtase para a alma... É aqui, nessa maravilha cultural que o ser humano criou e cria, que O encontro. Como naquele raio de luz que vazou por entre as cortinas do meu quarto, enquanto eu lia Morris West. Como na maravilhosa convivência com os meus delicados e inteligentes periquitos australianos e com as exuberantes plantas que formam essa minha "Urban Jungle".


Deus está aqui, percebo.


A despeito de toda a crueldade do mundo.


Bel, 2025, junho, 03


Ele existe e disto eu tenho certeza....a nós foi dado livre arbitrio....o poder das escolhas

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